sexta-feira, 17 de julho de 2009

Micro-Ecossistema Social


Desde o funcionário mais baixo, passando pela equipa de segurança até obviamente, às pessoas com mais "poder", é um mundo, uma pseudo-existência completamente alienada e díspar do mundo real. É esta a única caracterização possível do ambiente de call-center que encontro (originalmente o título seria: O ambiente de Call-Center. Pede-se desculpa ao leitor pelo trocadilho que tornou menos explícito o título do artigo, mas por razões óbvias não pude colocá-lo :) ). Passo a elaborar: Um número elevado de indivíduos, de todas as formas, cores e feitios ( aviso desde já que não sou discriminatório ), obrigados a co-existir de forma pacífica, ou não, é , De-Facto, uma situação social que merece por si só, uma análise. Ora, hipoteticamente falando, se estas pessoas decidissem reinventar-se, alargar a sua rede social (e não me refiro a blogs, hi5's, etc…, mas sim à rede social real ), e ganhar dinheiro ao mesmo tempo, este é o local ideal. No entanto, é um ambiente perigoso com armadilhas de carácter psicológico, e sempre bem "demolhado" em stress. Mais aprofundadamente, os indivíduos que trabalham em tal ambiente profissional deparam-se com variadas situações diariamente, quer por fonte directa ou indirecta, que verdadeiramente testam os limites de personalidade e carácter que definem o comportamento humano. Desde os "grupinhos" que partilham comportamentos ou mesmo gostos ou aptidões similares que automaticamente discriminam os outros, a meras questões de privilegiamento de alguns, questões relacionadas com competência profissional vs posição hierárquica, facilidades e dificuldades, funções mais ou menos exigentes com remunerações idênticas. Há todo um conjunto ou digamos, colecção de situações que podem tornar desconfortável a vida profissional de um indivíduo activo economicamente. Determinadas situações ora de carácter social ou mesmo mental, como depressões, ou simples desentendimentos com o namorado(a),por exemplo, podem também infligir impacto no local, embora sendo elementos externos, têm papel activo na mente e logo são verificáveis exteriormente. A necessidade de ser aceite, a preocupação extrema para que tudo seja perfeito. Dois tipos de indivíduos, escrevendo de uma forma extrema sobre a situação, estão envolvidos neste tipo de emprego: os indivíduos que trabalham e os que não trabalham. O facto de a pessoa ser mais alegre ou mais negativa, de ter problemas ou ser rico e apenas querer estar lá para passar o tempo (raramente verificável ) tem importância nula para efeitos profissionais. Até porque é impossível para um indivíduo, se algo mesmo forte, ora positivo ou negativo suceder, não transparecer minimamente. Terá também, obviamente, aspectos positivos. De entre eles, talvez, na minha simples opinião, um dos mais óbvios seja o desenvolvimento positivo de uma capacidade de argumentação aumentando significantemente a capacidade comunicativa, entre outros. Resumindo e assim trocando por miúdos, pois o texto está a ficar um bocado aborrecido: É só filmes e grupinhos, boatos e intrigas, segredos e gargalhadas. É falta de competência de muitos, muita disparidade de QI, pseudo-condições não cumpridas pela entidade empregadora e até esquemas para que a empresa ou, "bigfish" não tenha qualquer relação com o empregado que pode causar bastantes transtornos apenas por possuir acesso a tanta informação dos mais variados âmbitos e com as mais variadas características. Tento pensar correctamente, de que se fizer o meu trabalho como deve ser e chegar a horas, terei lugar assegurado neste mundo de "trabalho temporário a termo incerto" (confesso que a expressão sempre me trouxe algum conflito interior ), mas o facto é que nem aqui, nada é certo. Podes pura e simplesmente não trabalhar absolutamente nada e ter lugar assegurado na equipa, como podes ser a pessoa mais inteligente e trabalhadora do edifício e seres posto a andar na hora. Ou seja, o absoluto resumo que faço desta situação é que em call-center, a condição que menos conta é o quão bem fazes o teu trabalho.


FLiP@WORK

1 comentário:

  1. O tema call center vem me apanhar a mim na mesma canoa. Tal como dizes, isto das hierarquias causa impacto de cima para baixo, o mais folgado vai pressionar os que estão na posiçao abaixo, ate chegar a nós, que não temos hipotese de pressionar quem está abaixo de nós, porque nao existe esse quem. Acabamos por alterar o nosso sistema nervoso, e desabafamos connosco e com os mais proximos, nunca com o chefe.
    Nao temos hipotese.
    Os nossos chefes têm preferencias, ou só querem mulheres no grupo de trabalho pq sao grandes machos latinos.Engraçaram com a cara linda grandes mamas e cus, ou sentem se inferiorizados com o facto de sermos muito sociaveis com a bacana. Esta fulana aproveita e faz uso da palavra sensual para ser reconhecida, e os outros que tambem conseguem fazer, topam este jogo cinico. O famoso blow job ajuda muito neste genero de relaçoes profissionais.
    Os nossos chefes sao os primeiros a dizer que nao se mistura trabalho com vida pessoal, mas não se preocupam em reconhecer uma pessoa pelo seu trabalho, julgam as aparencias, e se for preciso fazem tudo para denegrir o justo trabalhador. Normalmente so reparam nos pontos negativos, se nao forem com a tua cara. Ser cinico nao vai comigo, entao nao mostro quem sou no trabalho, apenas trabalho. Eles nao, eles fazem questao em mostrar os grupinhos. e resumir o resto a escoria.
    Esta é a minha opiniao quanto às nossas hierarquias, e passa se em todo o lugar.
    Para ser respeitado, temos de mostrar produtividade, mas se te querem ver no olho da rua, nao vao olhar para isso, vao apanhar o erro que todos cometem pq errar é humano, para te envergonharem e arranjar razoes parvas. Tudo pode acontecer, há que ser mais inteligente, e mostrar que o nosso trabalho os envergonha a eles proprios!
    paz

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